sábado, 26 de outubro de 2013

Tambores foi lido por Frei Antônio Gois,ofm



Enail do dia 22/10/2013

José Antônio da Góis



          Amigo escritor Saracura, embora envergonhado pela demora no envio de minhas impressões sobre o seu valioso livro TAMBORES da TERRA  VERMELHA, estou inicialmente pedindo mil desculpas. Na minha idade(81 anos), nem sempre faço o que quero, mas o que me é possível. Além do mais, tenho quase 54 anos de muitas atividades em 8 estados do nosso imenso Brasil. De outro lado, tenho muito que me alegrar  pelo fato de ainda dispor de energias para tanta atividade, embora um pouco mais devagar.
          Mas, vamos agora ao seu ótimo livro. Eu o li num abrir e fechar de olhos. Ele é agradável na forma e no conteúdo. É ótimo ocupar-me com livro como este seu. Deve escrever  mais. É tudo assunto sadio. Meus parabéns! Anotei muitas palavras da gíria local. Aos poucos vou tentar descobrir o significado do que não conheço. Desde os meus 12 anos de idade, minha vida tem sido muito fora de Sergipe. A 9 de março do ano passado foi que voltei a Sergipe, disposto  a ser transferido daqui só quando for naquele envelope duro. Será a transferência dada pelo Pai do céu. Fato é que não conheço todas as palavras da gíria sergipana e ceboleira.
          Durante a leitura, de vez em quando, eu me transportei para o Vale Grande, lá entre Moita e Capunga. Antes de seguir a caminho da vocação franciscana, passei muitas vezes pela Terra Vermelha, na direção de Itabaiana. Ia e voltava a pé com minha mãe.
          Eu gosto demais de livro. Se, aos sete anos já tinha uma pequena enxada para o trabalho, hoje minha "enxada" são os livros para "cavar" e aprofundar muitos assuntos do meu interesse a serviço da pastoral.Seu livro me lembrou muito Jorge Amado e seus assuntos sobre o sul da Bahia. Então, afinal, temos um Jorge Amado sergipano, itabaianense,ceboleiro da Terra Vermelha. Escreva outros livros! Meus parabéns!
          Um abraço de parabéns e incentivo para escrever mais,
           Frei Antônio Góis, Ofm. 

Antonio Francisco de Jesus <afjsaracura@ig.com.br>



Caro Antônio Gois,

Há maior pagamento para o escritor do que ser lido e, mais ainda, saber que o leitor sentiu-se bem lendo? E ainda mais, o leitor vir contar-lhe que valeu a pena ter lido o livro?
Muito obrigado. Eu gostei muito de sua mensagem. Me animou a continuar.
Um grande abraço. Sua bênção!
Antônio  

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Vladimir Souza Carvalho escreve sobre Tambores





                               OS TAMBORES DA TERRA VERMELHA
Vladimir Souza Carvalho /// Membro das Academias Sergipana e Itabaianense de Letras.
O silêncio se quebra porque o barulho é forte. Mas, não é barulho de bomba, nem de trio elétrico, nem de aparelho de som embutido em carro da mocidade festeira, nem de buzina de veículo. Aliás, não é nem barulho, mas som ritmado que os satélites e radares secretos apontam para a Terra Vermelha, embrenhada na Itabaiana dos nossos amores, e, então, as mensagens, que os serviços de inteligência trocam, direcionam para o ponto chave: o barulho é provocado por tambores. Bom, tambores, bem mais marcial, bem mais selvagem que a minha percepção calculava. Era capaz de jurar por todos os santos que figuram nos altares da Matriz de Itabaiana que, em verdade, os serviços de inteligência estão errados: o som não é de um tambor, nem de dois, nem de três, nem de número algum. Esse som é de uma orquestra sinfônica. E, acrescente-se, não é barulho, nem som solitário, é música, e, melhor ainda, da boa.
É assim que encaro Tambores da Terra Vermelha, último livro de Antonio Francisco de Jesus [Aracaju, Info Graphics Gráfica e Editora, 2013, 252 pp], continuação implícita da saga iniciada com Os tabaréus do Sítio Saracura, superlotado pelos casos vistos e vividos, no desfile de fatos e de pessoas, na vida monótona e difícil dos que não conseguiam se situar além de sua propriedade, trazendo à tona ocorrências corriqueiras, como a aquisição de uma carroça de burro, a compra de um jipe, entre outras, que ganham sal e pimenta com a sua exposição, como se fossem os fatos mais fantásticos e inusitados do mundo.
  O autor, na pele de quem teve de voar para se libertar do campo, batiza o narrado como contos. No momento de espremer o limão, o sumo que cai é outro, na exposição de um cenário com raízes firmadas na reiteração hoje do dia de ontem, englobando aquilo que, dentro de casa, no interior da propriedade, nas estradas para Itabaiana, ontem se fixou em sua mente, a ponto de hoje, transforma-los num excelente prato para a sociologia da história privada da Itabaiana rural, na abundância de situações e circunstâncias, que mostram como, até bem pouco tempo, uma família numerosa, como quase todas, se movia no seu dia a dia e no que ocorria ao seu redor.  
Antonio Francisco de Jesus, de memória privilegiada, é um autêntico filho da Terra Vermelha, homem que a infância modulou, e nem os estudos em seminário e em curso superior, nem a vida na cidade grande, nada o libertou da característica de tabaréu do sítio Saracura. Contudo, se a natureza não lhe concedeu vocação para,  também, como o pai, ser agricultor e vendedor de farinha na feira do Aracaju, o fez leitor de bons livros, e, depois de muita leitura, escancarou as portas para a arte de escrever, enchendo-o de talento para contar as vivências da infância e outras mais, o que torna sua narrativa mais real e importante, porque é um homem do interior que fala de seu mundo, sem ocultar nenhuma víscera.
Evidentemente que Tambores da Terra Vermelha é muito mais do que essas palavras traduzem. É só lê-lo para constatar a veracidade do afirmado. 
Correio de Sergipe, 28 de setembro de 2013.


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Antonio Silva Virman acaba de Ler Tambores da Terra Vermelha

Antonio Silva <virman36@hotmail.com>24 de outubro de 2013 19:21
Para: "afjsaracura@ig.com.br Saracura" <afjsaracura@ig.com.br>
Saracura, boa tarde
Quousque...(É assim mesmo?)
Não é que me deleite em perturbá-lo. Mas, é que a inveja é muita. Com a devida permissão, Inveja "do canso". Inveja de não saber trabalhar com o computador, especialmente com a internet e inveja por não ter memória. Lendo seus livros, sinto-me vazio. É ruim? É bom? Cedo fui para o seminário, em seguida para o Exército e depois casei. Só fui um praciante. Pobre, mas um praciante. Não trabalhei em roça, não briguei, riscando o traço no chão (como Rômulo e Remo), não tive infância, não tenho história. Por outro lado, tive um pai que ria e que não batia. Só uma vez, em Pedro, o irmão mais velho. Quase lhe tira o couro. Mas, parece que se arrependeu, com a repreensão que recebeu de minha avó materna, sua madrinha.  Se bem que preferisse levar os filhos para o eito, nunca se opôs ao desejo de minha mãe de nos encaminhar para escola. Só mamãe batia. Mas, como diz o ditado: pé de galinha não mata pinto. Era só pra corrigir. Nunca correu atrás pra pegar ninguém, nem jamais se levantou para buscar a palmatória. A gente era que ia.
Acabo de ler "Os Tambores..." Quanta riqueza de detalhes! Quantas expressões gostosas! Não vivi, mas convivi com ambientes semelhantes, pelo menos nas férias , em passeios às propriedades dos parentes roceiros, que os tinha muitos.
Não direi que o li "de sopetão", que tabaréu, quando vem pra cidade (cheguei ontem em Aracaju), tem que resolver muitos problemas. De qualquer forma, entre a abertura e o fechamento não se  passaram 12 horas, já que, terminado um título, já estava agoniado para saber o que encerrava o outro. E cada um era melhor que o primeiro.
Como isto não é uma crônica e o notebook está me dando um show, obrigando-me a repetir o texto já escrito  e misteriosamente desaparecido (é a segunda vez que o uso), quero só dizer-lhe: muito obrigado MESMO por estes momentos deliciosos - ora tristes, ora alegres que você, magistralmente me proporcionou.
Minhas recomendações aos irmãos e irmãs e, especialmente a d. Florita, juntamente com um forte abraço.    

Antonio Francisco de Jesus <afjsaracura@ig.com.br>24 de outubro de 2013 20:54
Para: Antonio Silva <virman36@hotmail.com>
Antônio Virman,

Não quero, não preciso de mais nada do que o que você acaba de me dar. Esse retorno de que leu o livro que publiquei e de que  valeu a pena, demonstra que o livro "serviu para a glória do meu Senhor (louvou a  grandeza da criatura)  e o bem do meu semelhante (engrandecendo-o, deixando-o bem)", como disse meu primo (primo de minha mãe Florita), no posfácio do livro FOCALIZANDO (do qual falei no discurso de recepção da AIL)  Boaventura de Oliveira, um dos meus ídolos infantis... eu ficava olhando-o boquioaberto e ele apenas passava a mão em minha cabeça de bugrelo assustado.

Divulgue a literatura sergipana e não esqueça de botar os livros que publico no meio (os seus são muito bons... aquele "Ajutoro" é um clássico). Bote os seus também pelo amor de Deus.

Sobre o notebook perder texto digitado...cole um papel sobre a área de trabalho do mouse, que fica bem por onde suas mãos trafegam, isolando-a. Use um mouse externo (custo 15 reais). A inteligência da máquina sente que você quer retornar ao HOME (ponto de partida) e, para ajudá-lo, destrói o texto digitado. Eu trabalho com um marcador-de- página tapando a área de trabalho do mouse.